sábado, outubro 05, 2002
Alan Moore foi notícia essa semana.
Primeiro, foi a notícia das suas férias, e de que não irá mais escrever para o selo ABC. Depois, veio a exposição sobre a obra do autor em Portugal. E, finalmente, a notícia de que a Conrad irá publicar no Brasil o livro A Voz do Fogo.
Eu estava já a muito tempo querendo ler este livro. É um livro de crônicas sobre a cidade de Northampton de 5.000 a.C. até 1995, com uma série de histórias interligadas, envolvendo terror, magia, e toda a temática característica do autor.
Já sobre as férias, elas são mais do que merecidas. Afinal, já faz muito tempo(25 anos) que o cara não tem nem um fim de semana pra descansar! Isso pra mim é inimaginável. Quanto ao selo ABC, o próprio Moore admitiu numa entrevista a revista Wizard que ele não conseguiu o que queria, mudar a cara do mainstream dos comics americanos. Acho preferível que ele dedique suas energias em trabalhos mais profundos, como "Do Inferno"(a HQ, não o filme) e o próprio "A Voz do Fogo", algo no qual ele sempre foi muito bom, e relevante. Quem sabe não está para vir trabalhos ainda melhores com o "padrão Alan Moore de qualidade"?
Assim Falou Lupo
Primeiro, foi o Warren Ellis falando do seu álbum favorito da atualidade. Depois, foi a coluna London Arena do Omelete falando de um show dos caras. De quem estou falando? Do The Polyphonic Spree , uma banda de 24 membros (24 membros!) da Califórnia, com direito até a violino e coral.
Eu baixei no KazaA o single "Soldier Girl" quando o Ellis comentou, e o resultado agradou imensamente. Uma música não dá pra avaliar a qualidade da banda, mas o que eu ouvi agradou o suficiente para que eu pegue novas músicas dos caras. Pra quem lê este blog, e quer ouvir algo diferente dentro do pop-rock, taí a dica.
Assim Falou Lupo
segunda-feira, setembro 30, 2002
Quem disse que não há poder paralelo no Rio?
O secretário de segurança fez questão de frisar isso quando prendeu o Elias Maluco.
Só queria saber então quem é que mandou fechar todo o Rio de Janeiro hoje. O comércio, as escolas e universidades, enfim, estamso vivendo uma situação de guerra, é como se alguém estivesse invadindo o nosso estado (pois essa situação chegou também em Niterói e outros municípios, meu bairro mesmo amanheceu de portas fechadas), preparado para nos invadir, e coubesse a cada cidadão entrincheirar-se em suas casas, com medo do ataque.
Lembram aqueles filmes de Hollywood, onde os aliens invadem aTerra, e todos ficam trancados em casa com medo? A situação é parecida por aqui.
Se o Rio de Janeiro não tem um poder paralelo, quando é que terá um oficial?
Certo estão os Paralamas do Sucesso nessa nova música deles, O Calibre.
Eu vivo sem saber
até quando ainda estou vivo
sem saber o calibre do perigo
eu não sei
da onde vem o tiro
por que caminhos você vai e volta
aonde você nunca vai
em que esquinas você nunca pára
a que horas você nunca sai
há quanto tempo você sente medo
quantos amigos você já perdeu
entrincheirado, vivendo em segredo
e ainda diz que não é problema seu
e a vida já não é mais vida
no caos ninguém é cidadão
as promessas foram esquecidas
não há Estado, não há mais nação
perdido em números de guerra
rezando por dias de paz
não vê que é sua a vida que se encerra
com uma nota curta nos jornais
Assim Falou Lupo
quinta-feira, setembro 26, 2002
Confiram também o Die Puny Humans, o blog do Warren Ellis.
Assim Falou Lupo
Uma dica imperdível: a nova coluna do Grant Morrison no site do escritor.
Não vou falar nada, vá lá e leia, e com certeza você vai se divertir!
Assim Falou Lupo
Já está no ar meu novo conto do Quarteto Fantástico no Hyperfan.
A história é sobre o Galactus, falando um pouco sobre sua origem, e também no presente, onde o corpo dele cai em plena Manhattan.
O link é http://www.hyperfan.com.br/tits/quarteto07.htm
Assim Falou Lupo
O Omelete está falando sobre You Know you're right, a "nova" música do Nirvana.
Bem, se alguém se lembra, um dos meus primeiros posts aqui foi sobre essa música(ou seja, falei sobre ela muito antes do Omelete).
Mas a boa notícia é que parece q Curtney Love entrou em um acordo com os ex-Nirvanas Dave Grohl e Krist Novoselic , e caixa especial que devia ter saído nos 10 anos do Nevermind deve sair ainda esse ano!
Assim Falou Lupo
quinta-feira, setembro 19, 2002
Ontem assisti a aula mais nojenta de toda a minha vida.
Era de Medicina Legal, então já dá pra imaginar o que tive que ver... sorte que eram apenas slides, se tivesse que ve defunto ao vivo (ainda mais aquele tipo de defunto), eu me recusaria terminantemente.
Só por curiosidade, um dos casos mostrados foi a da Daniela Pérez ( é assim o nome dela?). Parece que o meu professor foi um dos médicos legistas desse caso.
Não é o tipo de coisa que eu recomendaria pra alguém assistir...
Assim Falou Lupo
terça-feira, setembro 17, 2002
O André Kenji mandou isso para a Morsas, e eu vou repassar aqui.
Em 16 de Setembro de 1982, houve o massacre dos campos de refugiados de Sabra e Chatila no Líbano, quando aliados falangistas de Israel mataria, torturararam e estupraram cerca de três mil pessoas.
E sabem quem era o ministro de defesa de Israel na época, cujos indícios do crime apontam para a sua participação? Ele mesmo... Ariel Sharon!
Como observou o Kenji, não houve nenhum discurso comovente. Não houve pressão dos E.U.A. para atacar o agressor, e me pergunto também onde estava a ONU nessa hora.
Veja as fotos do massacre massacre dos campos aqui
Outro bom link é o da campanha para que o Sharon seja julgado por crimes contra a humanidade. O endereço é esse: http://www.indictsharon.net/
E : aqui/
, Noam Chomsky fala sobre o caso.
Assim Falou Lupo
Batman encontrando os Beatles, e investigando a suposta morte de Paul McCartney? Sim, isso já saiu, veja aqui.
O curioso é que eu também vou abordar esse temano fanfic do Doutor Estranho que em breve irá ao ar no Hyperfan, embora de uma forma totalmente diferente.
É meio chato descobrir que uma boa idéia que a gente teve já foi pensada por alguém antes...
Assim Falou Lupo
segunda-feira, setembro 16, 2002
Puta que pariu!
Quando a gente acha que não dá pra inventar coisas mais bizarras no mundo, sempre aparece algo para nos surpreender.
Eu to falando de algo chamado "barebackers", que são homosexuais que transam sem camisinha, só pelo tesão do risco de estar sendo contaminado pelo vírus do HIV.
Tem que ter muita merda na cabeça pra fazer uma porra dessas.
Eu vi isso no blog do Helbert. O link para a matéria é esse aqui.
Assim Falou Lupo
Já tem quase um mês que não atualizava isso aqui! Nem notei o tempo passar....
Vou falar agora de X-treme X-men. As novas histórias da X-Force são realmente muito boas. Peter Milligan desenvolveu uma premissa interessante, os mutantes como celebridades, mas confesso que sempre tive um pé atrás com isso. Fiquei com medo de ver uma versão X-men desses programas de celebridades, mas felizmente não é nada disso. Milligan dá um soco no estômago do show bizz, um lugar onde as vidas humanas não importam, só o que vale é aparecer bem na mídia. Ele consegue retratar isso muito bem, o que de certa forma dá um ar de sátira ao título. Só que o humor, quando aparece, é ácido, e na maior parte não há propriamente situações cômicas, e sim provocações a mídia e as celebridades em geral. Os diálogos são excelentes.
A U-GO-GIRL( Vai Nessa em português- nome horrível) foi de cara a que mais gostei, ela parece ser aquele tipo de mulher que decidida, que sabe muito bem o que quer. E o grupo todo não me pareceu ser flor que se cheire. Só o líder, Zeitgeist, que parecia ser um cara um pouco decente. O Órfão também é um personagem que promete (isso se ele aparecer no mês que vem!). Os desenhos do Mike Allred são perfeitos para a série. As cenas da batalha no final do primeiro número estão simplesmente perfeitas.
O duro é ter que ler os demais títulos da revistas. X-Treme X-men é uma bosta, ter que aturar a incontinência verbal do Claremont em sua pior fase é duro! Exilados é outra droga, uma história bobinha que não diz ao que veio, parece ser mais um refugo da Era do Apocalipse. E a história da Vampira é mais daquele lenga-lenga que me fez desistir dos mutantes um tempo atrás.
Dá pena gastar grana nessas porcarias, a revista só vale pelas páginas da X-Force. Mas eu sou o cara que pago 7 pilas por mês por míseras 24 páginas de Preacher... então, de certa forma, eu ainda to no lucro com X-men Extra.
Assim Falou Lupo
sábado, agosto 24, 2002
Um dos títulos mais divertidos que saíram esses dias foi The Authority #2, da Pandora. Nem tanto pelo grupo que dá o título pra revista, e sim pelo seus "convidados", o Planetary. O grupo de "arqueólogos do desconhecido" tem, além de uma premissa interessante, um desenvolvimento muito bom também.
Temos Elijah Snow, um super-poderoso mal-encarado com 100 anos de idade que parece sempre disposto a arrancar a cabeça de alguém. Jakita Wagner, uma mulher segura de si que gosta de ação, e o Baterista, um cara calado com jeito de maluco( esse parece comigo :-P). Estou adorando os 3!
As histórias são cheias de referências a cultura pop, seja aos super-heróis, aos heróis dos antigos pulps, seriados, etc. Nesse número 2, temos uma ilha na fronteira do Japão e Rússia onde viveram os antigos monstros dos seriados japoneses. Inclusive o Godzilla, que tem uma participação (se é que podemos chamar assim) nota 10!
Em The Authority, a personagem que mais gosto é a Jenny Sparks, uma mulher também segura de si, decidida, e que não pensa 2 vezes antes de chutar o traseiro de alguém. Chega de personagens mulheres feitas só pra "decoração" ou pra serem salvas pelo mocinho.
Warren Ellis é diversão garantida.
Assim Falou Lupo
segunda-feira, agosto 19, 2002
Veja aqui o debate entre Seu Creysson e Wander Ney para presidente! Simplesmente hilário!
Assim Falou Lupo
Sexta-feira fui no Ballroom, para o show de lançamento do novo cd do Rogério Skylab. O show de abertura foi com a banda Leela, que tem uma música tocando na Fluminense, mas não lembro o nome dela agora.
A vocalista da Leela, Bianca, é simplesmente linda! Tanto eu como meu amigo Cotta nos apaixonamos por ela. Eu fiquei hipnotizado, não consegui olhar pra mais nada enquanto ela estava no palco. Engraçado é que, pelas fotos, ela nem parece ser tão linda como realmente é! O som da banda é bom, um rock sem muitas filuras, gostoso de ouvir. Mas o que valeu a pena mesmo foi ouvir a Bianca cantando "Eu vou implorar pra ser o seu prato principal." Espero que a banda tenha uma boa carreira no cenário musical.
Depois, veio o momento principal, o show do Skylab. O cara é maluco mesmo, pelo menos no palco. Ele interpreta as músicas de um jeito único. E as letras então, são engraçadas e ao mesmo tempo sinistras. Muitas delas ainda não foram gravadas, como uma que ele tocou logo no início, onde ele cantava :"Tem certeza que não quer anestesia? Nãããão!". Ele tocou apenas algumas músicas do CD novo, intercaladas com algumas mais antigas, e essas ainda não gravadas. O público não era muito grande, mas conhecia razoavelmente o trabalho do cantor, e estava muito, mas muito empolgado (as "rodas" abriam a todo momento, eu mesmo tomei uma porrada no braço que doeu pra cacete, mas depois descontei em dobro :P ).
Algumas letras são de gosto duvidoso, como "Câncer no cu" (alguém sabe a semelhança entre Skylab, Mário Covas e Ana Maria Braga?), e uma outra que fala sobre lavar as mãos(não sei o nome). Mas o momento mais sinistro foi quando ele tocou uma música cuja letra era "Eu desafino mais do que o Herbert Vianna sem tutano". O público em geral ficou surpreso, sem acreditar que ele estava realmente cantando aquilo. Foi o único momento em que houve poucos aplausos. Curiosamente, todas essas músicas se enquadram nas que ainda não foram gravadas.
Mas essa escorregada não tornou a noite menos divertida. Em músicas como "Carrocinha de cachorro-quente" e "Matador de Passarinho", a galera cantou junto e se empolgou legal. No final, Skylab e Leela fizeram uma "Jam Session", onde o sortudo inclusive lambeu as pernas da Bianca (que inveja eu senti naquele momento).
Resumindo, foi um ótimo show, uma noite muito divertida, e isso tudo eu curti sóbrio, já que a cerveja lá é cara pra cacete.
Assim Falou Lupo
segunda-feira, agosto 12, 2002
Assim Falou Lupo
quinta-feira, agosto 08, 2002
Ontem comprei a DC Millennium #5. Surpreendentemente, meu e-mail foi publicado. Não que eu não soubesse que isso ia acontecer, já que o Danilo e o Cláudio já tinham me avisado sobre isso. É que eu realmente não esperava que a mensagem fosse publicada. Mas já que foi... Vou mostrar pra todo mundo agora! :-)
Assim Falou Lupo
terça-feira, agosto 06, 2002
Mais letras de músicas.
The Beatles - I am the Walrus
I am here as you are here as you are me
and we are all together
See how they run like pigs from a gun
see how they fly
I'm crying
Sitting on a cornflake
Waiting for the van to come
Corporation T-shirt, stupid bloody Tuesday
Man you've been a naughty boy
you let your face grow long
I am the eggman
they are the eggmen
I am the walrus
Goo goo g' joob
Mr. City policeman sitting
pretty little policemen in a row
See how they fly like Lucy in the sky
See how they run
I'm crying
I'm crying, I'm crying, I'm crying
Yellow matter custard
Dripping from a dead dog's eye
Crabalocker fishwife
Pornographic priestess
Boy, you've been a naughty girl
you let your knickers down
I am the eggman
They are the eggmen
I am the walrus
Goo goo g' joob
Sitting in an English garden
waiting for the sun
If the sun don't shine you get a tan
You get a tan from standing in the English rain
I am the eggman
They are the eggmen
I am the walrus
Goo goo g' joob
Expert, texpert choking smokers
don't you think the joker laughs at you
See how they smile like pigs in a sty
See how they snide
I'm crying
Semolina Pilchard
climbing up the Eiffel tower
Elementary penguin singing Hare Krishna
Man, you should have seen them kicking
Edgar Allen Poe
I am the eggman
They are the eggmen
I am the walrus
Goo goo g' joob
Goo goo g' joob
Goo goo g' joob
goo goo g' joob
goo goo g'
juba juba juba
juba juba juba
juba juba juba
juba juba
Dire Straits- WHY WORRY
Baby I see this world has made you sad
Some people can be bad
The things they do, the things they say
But baby I'll wipe away those bitter tears
I'll chase away those restless fears
That turn your blue skies into grey
Why worry, there should be laughter after the pain
There should be sunshine after rain
These things have always been the same
So why worry now
Baby when I get down I turn to you
And you make sense of what I do
I know it isn't hard to say
But baby just when this world seems mean and cold
Our love comes shining red and gold
And all the rest is by the way
Why worry, there should be laughter after pain
There should be sunshine after rain
These things have always been the same
So why worry now
R.E.M. - It's The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)
That's great, it starts with an earthquake, birds and snakes, an aeroplane -
Lenny Bruce is not afraid. Eye of a hurricane, listen to yourself churn -
world serves its own needs, don't misserve your own needs. Feed it up a knock,
speed, grunt no, strength no. Ladder structure clatter with fear of height,
down height. Wire in a fire, represent the seven games in a government for
hire and a combat site. Left her, wasn't coming in a hurry with the furies
breathing down your neck. Team by team reporters baffled, trump, tethered
crop. Look at that low plane! Fine then. Uh oh, overflow, population,
common group, but it'll do. Save yourself, serve yourself. World serves its
own needs, listen to your heart bleed. Tell me with the rapture and the
reverent in the right - right. You vitriolic, patriotic, slam, fight, bright
light, feeling pretty psyched.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine.
Six o'clock - TV hour. Don't get caught in foreign tower. Slash and burn,
return, listen to yourself churn. Lock him in uniform and book burning,
blood letting. Every motive escalate. Automotive incinerate. Light a candle,
light a motive. Step down, step down. Watch a heel crush, crush. Uh oh,
this means no fear - cavalier. Renegade and steer clear! A tournament,
a tournament, a tournament of lies. Offer me solutions, offer me alternatives
and I decline.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine.
The other night I tripped a nice continental drift divide. Mount St. Edelite.
Leonard Bernstein. Leonid Breshnev, Lenny Bruce and Lester Bangs.
Birthday party, cheesecake, jelly bean, boom! You symbiotic, patriotic,
slam, but neck, right? Right.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine...fine...
(It's time I had some time alone)
The Verve - Bitter Sweet Symphony
'Cause it's a bitter sweet symphony, this life
Try to make ends meet
Your a slave to money then you die
I'll take you down the only road I've ever been down
You know the one that takes you to the places where all the things meet
No change, I can't change I can't change, I can't change
But I'm here in my mold I am here in my mold
But I'm a million different people from one day to the next
I can't change my mold
No, no, no, no, no
Well I never pray. But tonight I'm on my knees yeah
I need to hear some sounds that recognize the pain in me, yeah
I let the melody shine, let it cleanse my mind, I feel free now
But the airways are clean and there's nobody singing to me now
No change, I can't change I can't change, I can't change
But I'm here in my mold I am here in my mold
And I'm a million different people from one day to the next
I can't change my mold
No, no, no, no, no
I can't change I can't change
'Cause it's a bittersweet symphony, this life
Try to make ends meet.
Try to find some money then you die
I'll take you down the only road I've ever been down
You know the one that takes you to the places where all the things meet yeah
You know I can't change, I can't change I can't change, I can't change
But I'm here in my mold I am here in my mold
And I'm a million different people from one day to the next
I can't change my mold
No, no, no, no, no
I can't change my mold
No, no, no, no, no
I can't change
Can't change my body, no, no, no
I'll take you down the only road I've ever been down
I'll take you down the only road I've ever been down
Been down. Ever been down. Ever been down.
Ever been down. Ever been down.
That you've ever been down. That you've ever been down
Assim Falou Lupo
domingo, agosto 04, 2002
Bem, como esse fim de semana foi um saco, só fiquei lendo e ouvindo música, vou postar a letra de uma que tem a ver com o que tá na minha mente ultimamente.
Sympathy For The Devil
(Jagger/Richards)
Please allow me to introduce myself
I'm a man of wealth and taste
I've been around for a long long year stolen many man's soul and faith
I was around when Jesus Christ had His moment of doubt and pain
Made damn sure that Pilate washed his hands and sealed His fate
Pleased to meet you hope you guess my name
But what's puzzling you is the nature of my game
Stuck around St. Petersburg when I saw it was a time for a change
Killed the Tzar and his ministers, Anastasia screamed in vain
I rode a tank held a gen'rals rank when the blitzkrieg
raged and the bodies stank
Pleased to meet you hope you guess my name. Oh yeah
Ah what's puzzling you is the nature of my game. Oh yeah
I watched the glee while your kings and queens fought for
ten decades for the Gods they made
I shouted out "Who killed the Kennedy's?" when after all
it was you and me
Let me please intruduce myself I'm a man of wealth and taste
And I lay traps for troubadors who get killed before they reach Bombay
Pleased to meet you hope you guess my name. Oh yeah
But what's puzzling you is the nature of my game. Oh yeah
Pleased to meet you hope you guess my name
But what's puzzling you is the nature of my game
Just as every cop is a criminal and all the sinners, Saints
as heads is tails, just call me Lucifer 'cause I'm in need
of some restraint
So if you meet me, have some courtesy have some sympathy
and some taste
Use all your well learned politesse or I'll lay your soul to waste
Pleased to meet you hope you guess my name
But what's puzzling you is the nature of my game
Assim Falou Lupo
Cecília, você é louca no bom sentido, minha cara.
Faz parte do seu charme!
Por isso que gostei de você!
Assim Falou Lupo
sábado, agosto 03, 2002
Hoje a tarde teve um gosto de nostalgia.
A rádio Fluminense, a "Maldita", voltou das cinzas. Bem, ela já estava na AM desde o ano passado, mas agora ela voltou definitivamente, e em FM. Já fazia muito tempo que eu não passava uma tarde inteira ouvindo rádio. E como foi bom ouvir uma rádio rock DE VERDADE, tocando música boa, sem jabá, sem cantores de multi-nacionais chatos, que só sabem fazer pose e clips cheio de efeitos especiais.
Longa vida a Maldita!
Assim Falou Lupo
sexta-feira, agosto 02, 2002
Ontem fui fazer uma prova de seleção para estágio em um escritório lá no Rio. Pra variar, cheguei atrasado, o que me obrigou a responder as 5 questões em poucas palavras. Tive que fazer uma dissertação em inglês em 10 minutos, e não sei se ficou legal. Bem, desta vez o número da besta não apareceu no meu celular, o que não sei se foi bom ou ruim :-)
Assim Falou Lupo
Meu one-shot do Doutor Estranho acabou virando uma mini-série em 2 edições. O Délio (o editor desta série) me deu várias boas sugestões(inclusive a de transformar a história numa mini), e acho que tem tudo pra ficar muito bom!
O meu projeto da série sobre os vampiros também segue em frente. Eu mudei todo o início da série,e devo mudar ainda mais(ou seja, isso vai demorar MUITO pra sair). Pelo menos a Cecília gostou da personagem que criei em homenagem a ela (eu achei que ela ia querer me matar, mas ela é meio louca e gostou do que bolei :P).
Uma coisa que não sei se vai ser legal ou não é que a próxima novela da Globo (acho que a das 7) vai ser sobre vampiros. Prevejo uma super-exploração do tema na mídia nos próximos meses, e não sei se isso vai ser legal na hora de promover a série.
Estou empolgado com ambos os projetos. Mas antes, tenho que terminar a interminável Quarteto #7(que já recomecei pela terceira vez).
Assim Falou Lupo
segunda-feira, julho 29, 2002
Sabem o DVD do filme Senhor dos Anéis, com a versão do diretor, que foi anunciado no início do ano?
Um que iria ter:
A cena onde Galadriel entrega os presentes, mostrando o que cada um dos nove recebe da rainha Élfica.
Bilbo Bolseiro escrevendo uma passagem no seu diário entitulada 'Concerning Hobbits,' uma estória dos Hobbits e sua vida bucólica.
Uma nova apresentação do leal Hobbit Sam Gamgee.
Mais material no Green Dragon Inn [NT:Ponei Saltitante?], com Pippin e Merry cantando animadas canções dos Hobbits.
Sam e Frodo testemunhando o êxodo dos Elfos na estrada para Bri.
Aragorn cantando uma canção élfica que adiciona um cenário para as implicações do seu amor por Arwen.
Aragorn diante do túmulo da sua mãe em Valfenda.
Uma sequência mais longa da partida da Sociedade de Valfenda.
Cenas antes da batalha nas Minas de Moria, explicando como os Anões chegaram às minas.
Mais material sobre os personagens e o complicado relacionamento entre Elfos e Anões.
Material adicional da principal cena de batalha da sociedade.
50 minutos de música nova composta pelo vencedor do Oscar Howard Shore com a filarmônica de Londres.
Weta Digital contribuiu com novos efeitos especiais para as cenas extras.
Pois ele sai só nos EUA! No Brasil, vamos ter que nos contentar com a versão do cinema... sacanagem! É um absurdo como as empresas lançam os DVDs no Brasil, parece que não querem ganhar dinheiro!
Eu tava pensando em justamente comprar esse DVD com a versão do diretor, se sair só a versão do cinema eu não compro nenhum só de sacanagem!
O DVD de "Corpo Fechado" teve uma história assim, nos EUA foi lançado um DVD duplo, e nos extras, entre outras coisas, tinha a arte do Alex Ross, e na versão tupiniquim não. Taí: se saísse a arte do Ross, eu teria comprado, como não saiu não comprei.
Bem, o site Valinor está fazendo um abaixo-assinado para que a Warner venda a versão aqui no Brasil também, no endereço
http://www.valinor.com.br/abaixoassinado/
Assim Falou Lupo
sexta-feira, julho 26, 2002
Seita Secreta dos Devotos do Mussum
Uma das coisas mais inúteis que já vi, e por isso mesmo legal.
Assim Falou Lupo
quarta-feira, julho 24, 2002
Essa eu recebi do Relatória Alfa.
Hoaxes - Quando ajudar atrapalha
Repassar e-mail com assinatura pode virar pesadelo
Não repasse e-mails antes de se certificar que se trata de um caso real. Se o e-mail possui nomes e telefones, ligue para os envolvidos e confirme antes. Se não possui fontes de credibilidade, simplesmente apague. Veja os danos que um falso e-mail (hoax) pode causar a um internauta desavisado.
por Giordani Rodrigues
Editor do Infoguerra
[ www.infoguerra.com.br ] De 15 dias para cá, Humberto Alves Santos não teve mais sossego em seu trabalho, devido à enorme quantidade de e-mails e telefonemas que vem recebendo. É como se ele tivesse ficado famoso de uma hora para outra. Tudo por causa de um e-mail que enviou a alguns amigos, tentando ajudar a encontrar uma garota supostamente desaparecida. O detalhe crucial: ele repassou a mensagem com sua assinatura automática, em que constam número de telefone, local de trabalho e endereço eletrônico.
"Recebo telefonemas e e-mails de todos os cantos do país", afirma. Ele já está tão acostumado a explicar a mesma história dezenas de vezes, que quando alguém liga e pede para falar com Humberto, ele imediatamente pergunta: "É sobre o e-mail?".
Humberto Santos é mais uma das vítimas dos hoaxes (boatos) que circulam pela Internet. Por ingenuidade ou por solidariedade, milhares de internautas tornam-se cúmplices involuntários na disseminação destes boatos. Fazem isso ao repassar mensagens e correntes de todos os tipos: vírus que não existem, crianças desaparecidas, campanhas humanitárias, denúncias contra empresas e personalidades, promoções para ganhar dinheiro ou produtos apenas com o envio de e-mails, alertas contra golpes e crimes, esquemas miraculosos para obter vantagens financeiras, e tudo o mais que a imaginação de uma pessoa mal-intencionada possa criar.
Por mais que os internautas sejam orientados a não passar estas mensagens adiante, os boatos continuam proliferando. Mas quando alguém repassa um hoax e sua assinatura é automaticamente inserida no e-mail, o gesto simples pode se transformar num pesadelo, pois muito provavelmente esta assinatura acabará se incorporando ao hoax.
No caso de Humberto Alves Santos, uma coincidência agravou a situação: o nome da garota que teria desaparecido é Karina dos Santos Alves. "Muita gente acha que eu sou parente da menina e me liga ou escreve tentando obter informações", esclarece. Mas é quase certo que o nome da criança seja inventado, assim como outros dados que aparecem no e-mail.
A mensagem afirma que o nome da mãe é Cleodete S. Alves, seu telefone é (11) 3746-8620 e seu endereço de e-mail é cleodetealves@zipmail.com.br. Como é funcionário da Telefônica de São Paulo, Humberto resolveu averiguar estes dados. "O número de telefone nunca existiu nos arquivos da operadora, e também não há nenhum telefone associado ao nome da suposta mãe", informou. Os e-mails que enviou para o endereço citado voltaram com o aviso de "usuário desconhecido". InfoGuerra fez o mesmo teste e constatou que as mensagens retornam.
Para seu azar, Humberto Santos só se lembrou de checar os dados depois que já havia repassado o hoax e viu sua rotina de trabalho ser bruscamente modificada.
Latas de bebidas contaminadas
Um outro caso, que ganhou proporções muito além do esperado, aconteceu com Fabio Lopes Olivares, engenheiro agrônomo com doutorado em microbiologia de solos e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Há mais de dois anos, num gesto inocente, ele repassou para alguns amigos um e-mail contendo um alerta sobre supostas mortes provocadas por leptospirose, ao se ingerir cerveja ou refrigerante diretamente das latinhas de bebidas. O texto afirmava que as latas poderiam estar contaminadas com urina seca de ratos, devido à falta de higiene nos depósitos dessas bebidas.
A mensagem enviada pelo engenheiro passou a contar com sua assinatura automática, na qual constava o título de doutor e o nome do laboratório de biologia em que trabalha. Isto certamente contribuiu para a confusão gerada a partir de então. Olivares afirma que ainda recebe e-mails e telefonemas sobre o assunto, apenas esporadicamente hoje em dia, mas já teve sérios problemas por causa de sua atitude. Ele relata:
"Enviei o e-mail em dezembro de 1999. Mais ou menos de março a junho de 2000, houve um pico de pessoas fazendo contato comigo por causa da mensagem. A partir de julho de 2000, a situação se acalmou, mas em novembro houve uma nova onda, que durou até janeiro de 2001. Em março de 2001, o texto foi traduzido para o espanhol e para o inglês, então eu comecei a receber mensagens de toda parte do mundo — Uruguai e outros países da América Latina, Espanha, Estados Unidos, Austrália e vários outros."
Olivares diz que já recebeu mais de 2 mil e-mails e mais de 800 ligações telefônicas por causa do boato. "Teve uma época em que eu recebia de 45 a 50 mensagens por dia, mas esse número já chegou a 70 mensagens diárias". Ele afirma que, por esse motivo, praticamente não conseguia mais trabalhar e estava ficando estressado. "Tiveram de montar uma equipe na universidade para me ajudar a lidar com a situação e responder a todo mundo que me procurava".
Mas seus problemas não pararam por aí. A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (ABIR), obrigaram-no a assinar uma declaração afirmando que não era responsável pela mensagem e que não havia nenhum estudo comprovando que se poderia contrair leptospirose a partir de latas de bebidas.
"A ABIR ameaçou me processar, pois seus advogados alegavam que por causa do boato as vendas haviam caído 10%", afirma. Até hoje ainda é possível ver o documento assinado por Olivares, no site da ABAL, que também traz um esclarecimento sobre o boato. A situação chegou a um ponto tal, que ele começou a receber telefonemas de empresas que, aproveitando-se das circunstâncias, estavam interessadas em patentear invólucros de plástico para as latinhas e queriam que o professor disponibilizasse "seu estudo".
É provável que uma lata de bebida suja possa conter bactérias causadoras de doenças, mas não há nenhuma prova de que a leptospirose seja disseminada por esse meio. A bactéria que provoca a leptospirose só sobrevive em meio líquido, por isso a afirmação de que a urina seca de rato possa transmitir a doença não tem embasamento científico.
Hoje, Fabio Olivares até ri de toda a situação, mas garante que passou por maus pedaços por causa do boato. "Se há alguma coisa boa nisso tudo, é que a história se espalhou tanto que hoje muitas pessoas tomam mais cuidado com as latas, lavando-as ou usando um canudo para ingerir as bebidas", conclui.
Portanto, vale o alerta novamente: não repasse mensagens duvidosas, por mais importantes ou urgentes que possam parecer os assuntos. Mas se sua tentação for irresistível, pelo menos retire eventuais assinaturas automáticas do e-mail. Caso contrário, seu dia-a-dia poderá sofrer uma reviravolta.
Abaixo você pode ver a falsa mensagem sobre a "criança desaparecida", que o funcionário da Telefônica Humberto Alves Santos recebeu e repassou. O mesmo texto com os dados falsos da "mãe" e a foto da garota estão publicados em dezenas de sites, inclusive no da Guarda Municipal de Ubatuba.
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Esta menina está desaparecida. Se você não a viu, não a conhece, simplesmente repasse, repasse, repasse..
Abaixo, o pedido da mãe.
Por favor me ajude
Eu estava na estaçao Sé do metrô em Sao Paulo, quando percebi minha filha nao estava perto de mim.
Segundo pessoas que estavam ali na mesma estaçao que eu, uma senhora aparentando 35 anos, loira, de cabelos encaracolados, estava de maos dadas com a minha filha.
Para o meu maior desespero a segurança do metrô disse nao ter registrado em seu circuito interno essa senhora raptando a minha filha.
Agora peço que se você viu a minha filha que entre em contato comigo, pois estou desesperada, perdendo sono e dias de serviço, caso nao tenha visto, peço-lhe que passe para seus amigos quem sabe eles nao tenham visto.
Abaixo está a foto e os dados dela:
Karina dos Santos Alves 5 anos, olhos pretos, estava trajando uma blusa cinza da marca "Tigor T.", calça cinza e tênis branco.
Se você tiver alguma informaçao, por favor entre em contato comigo
Cleodete
(0xx11) 3746-8620
cleodetealves@zipmail.com.br
Mas por favor, nao passe trote, ou mande e-mail com brincadeira, pois você nao imagina o desespero de uma mae que tem a sua filha raptada.
Grata
Cleodete S. Alves
Assim Falou Lupo
sábado, julho 20, 2002
Arthur Dapieve dando uma de Fanboy de Arquivo X?
O mais legal foi ele ter comparado a série com os contos de Poe!
Lá vou eu ferir mais alguns direitos autorais aqui...
ETs em DVDs
Por Arthur Dapieve
Em se tratando de “Arquivo X” isso certamente oculta algum sentido: a caixa com os sete DVDs relativos à primeira temporada do seriado de ficção científica chegou às nossas lojas depois da caixa com os sete DVDs relativos à segunda temporada. Talvez assim os terráqueos aliados aos alienígenas, a essa altura infiltrados na 20th Century Fox, estivessem tentando evitar que os espectadores brasileiros cientes de que “a verdade está lá fora” assistissem aos episódios estrelados por David Duchovny e Gillian Anderson na seqüência correta e dela tirassem conclusões capazes de abortar sua vasta conspiração.
Não contavam, porém, que paranóicos pacientes, como eu, esperassem os dois lançamentos para ver os discos na ordem certa e que a corajosa resistência humana infiltrada no canal por assinatura Fox “coincidentemente” programasse a reprise da primeira temporada (exibida nos EUA entre 10 de setembro de 1993 e 13 de maio de 1994) na ordem certa, o que ocorre neste preciso momento. Delírio? Talvez. Mas lembre-se: se alguém dissesse que dois jatos cheios de passageiros botariam abaixo as Torres Gêmeas de Nova York antes do 11 de setembro de 2001, iria parar no Asilo Arkham.
Durante alguns meses acreditei que os atentados engendrados por Osama bin Laden também tivessem atingido de morte o seriado criado por Chris Carter, apenas por terem estabelecido novos padrões de paranóia, novos padrões tristemente concretos. Vendo ou revendo o programa-piloto e os 23 episódios seguintes numa espécie de maratona ao DVD — e fazendo isso quando, após nove anos no ar, o “Arquivo X” afinal é fechado por seus produtores, que acenam com um segundo filme de longa-metragem como prêmio de consolação — entendo que estava enganado. Sua paranóia é imbatível.
A possibilidade de (re)vê-los num curto espaço de tempo e na seqüência em que foram apresentados nos EUA permite reconhecer “Arquivo X” como um clássico. Não só na história da TV, essa forma de arte quase sempre vilipendiada: pois isso já sabiam os X’cers, fanáticos pelas aventuras dos agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully, e os meros simpatizantes. No entanto, conforme assistia a “O elo de ligação”, a “Sombras” ou a “Projeto Litchfield”, foi como se estivesse reabrindo os contos de Edgar Allan Poe. Imagino que a geração digital guardará certos episódios de “Arquivo X” como a minha, e outras antes dela, guardaram “A queda da casa de Usher”, “Os crimes da Rua Morgue” ou “O poço e o pêndulo”. Carter não é Poe, indignar-se-ão os puristas. É verdade.
Tampouco Poe é Carter, acrescento eu, seguidor do filósofo Luciano do Valle, o da genial frase “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
Vou além na minha descida ao inferno dos hereges estéticos. Às vezes, Mulder me parece um Dom Quixote e Scully, o seu Sancho Pança. Só ele enxerga os gigantes. Um pouco como Miguel de Cervantes compilou histórias picarescas dos séculos XVI e XVII, Chris Carter (e sua multidão de colaboradores) transformou “Arquivo X” num catálogo do terror, do extraterrestre e do sobrenatural no século XX. Há de tudo um pouco e, em alguns casos, um muito nas nove temporadas do programa: alienígenas hostis, parasitas do espaço sideral, paranormais, fantasmas atualizados, vírus de computador, inteligência artificial rebelada, vampiros, canibais, demônios, terroristas, psicopatas assassinos de todos os extratos. Quase todo episódio remete a outra obra, seja filme, série de TV ou livro.
A revisão sistemática dos primeiros “Arquivo X” — já já chego na segunda! — deixou claro, entretanto, que os filmetes não lidam só com nossos medos, mas, igualmente, com nossas esperanças. Suspeitar da existência de seres e entidades não reconhecidos ou admitidos pela ciência e pelas autoridades não é apenas temer que nossos piores pesadelos sejam realidade. Também é torcer, de uma forma meio perversa, admito, para que os nossos melhores sonhos sejam realidade, nesta ou noutra dimensão. É querer acreditar que existe vida após e além desta aqui, que desaparecimentos insolúveis são abduções por ETs, que os avanços tecnológicos estão muito adiante do que nos é dado conhecer pelo sistema, que, enfim, esse tédio na Terra não poderia mesmo ser tudo o que teríamos, a não ser no brevíssimo, astronomicamente desprezível, intervalo em que deixamos de estar mortos.
Tá certo, tá certo. Talvez eu esteja me empenhando em encontrar chifre em cabeça de cavalo, para justificar o vício de bestar diante da televisão, sei lá, e “Arquivo X” afinal tenha sido tão-somente uma maneira inteligente de vender ao mundo a paranóia americana. Contudo, é disso que a série trata: achar chifre em cabeça de cavalo. Se algum doido por aí se prestar a esse papel, acaso não significa que Carter & Cia cutucaram o nervo certo?
Assim Falou Lupo
terça-feira, julho 16, 2002
Depois de um tempinho sumido da net, estou de volta.
Tenho uma história intenressante(acho eu) para contar. E real.
Na quinta, fiz a prova final de TGP 2. Eu estava viajando nessa matéria, não sabia muita coisa, enfim, tava arriscado repetir e ferrar de vez com o meu curso. Só pra piorar, o professor chega na sala e diz que a prova vai ser oral. Daí pensei que tava ferrado de vez!
Fui o último a fazer a prova. Enquanto esperava os outros terminarem, pensei: "sempre que as pessoas estão numa situação dessas, eles logo pedem ajuda para Deus. Mas seu não acredito nele, nessas horas faz falta acreditar em algo assim." Então, só de sacanagem, eu pensei, rindo comigo mesmo, "Deus, se você existe mesmo, me ajuda a passar nessa prova."
Chegou a minha vez. O professor foi camarada, e consegui passar. Voltei pra casa feliz, nem acreditando que tinha passado. Quando cheguei em casa, tirei o celular da pasta, e tive uma surpresa. A tela do celular estava cheia de números seis. Como o meu celular divide os números de 3 em 3, o que vi foi algo assim:
666 666 666 666 666
666 666 666 666 666
666 666 666 666 666
666 666 666 666 666
666 666 666 666 666
666 666 666 666 666
Várias sequencias do número da besta, 666. Será que foi uma manifestação divina?
Assim Falou Lupo
segunda-feira, julho 08, 2002
Hoje é dia de 24 horas. VOu postar aqui a minha teoria, que já tinha postado no MBB 2 semanas atrás. Vamos ver se acerto desa vez!
A minha teoria é q a segunda pessoa inflitrada na UCT é a Nina. Pensem bem, ela pode estar com raiva do Jack pq não quis ficar com ela. E tem mais: vcs notaram q o abrigo onde estavam a Teri e a Kim só foi invadido depois q ela saiu de lá? E q ela é a única q sabe tudo o q Jack faz, e é em quem ela mais confia? E outra: esqueci o nome da outra infiltrada, mas só a Nina e o Tony sabiam disso, e sabiam onde ela estava presa... e era uma sala sem câmeras! O q impediria um deles de matar a mulher, e depois dizer q "ela se suicidou"?
Que paranóia... :-)
Assim Falou Lupo
quinta-feira, julho 04, 2002
Warren Ellis comentando The Filth:
"THE FILTH #1 (of 13)
written by Grant Morrison
illustrated by Chris Weston and Gary Erskine
colours by Matt Hollingsworth
How was this difficult to understand?
There was a whole section of TRANSMET, around the late 30's,
that was strongly influenced by the work of British maverick writer/
"comedian" Chris Morris, particularly his BLUE JAM radio show. The
only one who got it -- or, at least, the only one who called me on it --
was Grant Morrison. Possibly because he was the one who made
me listen to it. The opening sequences of THE FILTH #1, the surreal
conversations with their slightly uncomfortable content, strongly
reflect the same influence. Surreal in its original definition of
super-real,
convincing yet wrong, more real than reality in its depiction of a world's
underside.
That's why Chris Weston, Gary Erskine and Matt Hollingsworth are
the perfect artists for THE FILTH. They make a world you can pick up
and turn in your hands. Super-real. Things are what they are. Nothing
confusing about it at all.
The plot? This is remarkably simple.
Slade is a retired officer of a secret operation called The Hand. So
secret that all the people of the Earth are conditioned from birth to not
notice them. So secret that Slade has had a new personality and
memory imposed upon his own as a condition of his retirement. But
something has happened. His retirement personality is given an
emergency purge by another Hand officer called Nil, and he's being
raced back into active duty, too fast for him to get a handle on his
original memories. Meanwhile, a killer and a woman being used as
a remote-controlled agent by a mad billionaire are haggling over a
look at a complex miniature artificial life experiment, complete with
two billion sentient lifeforms, before the killer annihilates it...
How is that hard to follow?
It doesn't even try to take itself seriously. It's relaxed and fun Morrison
with some vodka, talking shit in the sunshine. The "Gerry Anderson"
moment promised in his PR is riotous, with its THUNDERBIRDSy
Hand-Mobile and the UFO electrostatic wig. Doesn't matter if you
don't get the reference. It's just funny. A blue toupee that shields
from electromagnetic attack -- one step up from a tinfoil helmet.
It's the best download from Morrison's head since THE INVISIBLES
finished, and I think it's going to be a lot more cohesive and satisfying.
You should own a copy.
To get a copy, go to your local comics stores and ask them to
order you Diamond order code APR020488 - FILTH #1 (Of 13)."
Eu ainda não li, graças a Devir que até agora não enviou minha cópia!
Assim Falou Lupo
sábado, junho 29, 2002
Essa semana eu vi o filme Blade 2.
As cenas de ação são muito boas, mas o que chateia é toda aquela baboseira pseudo-científica para explicar o vampirismo. Os vampiros são acima de tudo místicos, e esquecer isso é abandonar a essência da lenda. E o pior é que as explicações todas servem apenas para justificar as traquitanas para amtar vampiros... foi uma pisada na bola, com certeza.
Assim Falou Lupo
quarta-feira, junho 26, 2002
Depois de 2 semanas fora, estou de volta a net.
De todo aquele barraco que foi a eleição para moderadores no MBB, o resultado foi que estou fora do site da Panela Amarela. Por isso, aquelas histórias do Homem-aranha não vão ter um fim. Até porque perdi o interesse no projeto, e tenho outros em mente. Pretendo começá-los nestas férias.
Um deles é um projeto creator owned para o selo Epic do Hyperfan. Ele envolve uma guerra de vampiros e teorias da conspiração. Mas seu tema central será o de redenção: será que alguém, depois de fazer tanto o mal, pode se redimir através do amor? É uma coisa que desejo escrever há muito tempo, e acho que chegou a hora.
Além disso, também tenho um one-shot do Doutor Estranho pra escrever, só estou esperando aqueles editores enrolões do Hyperfan aprovarem o plot. :-)
Outro one-shot que devo escrever é do Batman, que prometi para o Danilo do UP já faz uma cara, e até agora nada. A história terá como referências textos do Poe e Lovecraft.
E tenho um projeto creator owned que bolei com o Cláudio quando ainda morávamos em Natal. Era pra ser uma história em quadrinhos, mas como tá difícil dela sair(procura-se desenhistas), vou propor pra ele fazermos contos para publicar em algum site de Fanfics.
Finalmente, pretendo fazer a versão beta do "Ïmagane Flash", conforme uma sugestão que me foi feita pelo Octávio Aragão.
Mas claro, tudo isso depois que eu terminar a edição 7 do Quarteto, que já era para estar pronta uns 2 meses atrás. :-)
Assim Falou Lupo
terça-feira, junho 11, 2002
Uma matéria do JB sobre duas biografias do Kurt Cobain.
Uma história cheia de lacunas
As duas biografias do líder suicida do Nirvana ficam comprometidas com as visões dos autores
Silvio Essinger
Repórter do Caderno B
Reprodução
Kurt Cobain: envergonhado pela origem caipira
MAIS PESADO QUE O CÉU: UMA BIOGRAFIA DE KURT COBAIN
Charles R. Cross.
Tradução de Cid Knipel.
Globo, 544 páginas
R$ 43
KURT COBAIN: FRAGMENTOS DE UMA AUTOBIOGRAFIA
Marcelo Orozco.
Conrad Livros
R$ 34
Era de se esperar que nos dez anos de lançamento de Nevermind, o disco do Nirvana que mudou todo o panorama cultural dos anos 90, as lojas fossem entupidas de produtos que lembrassem Kurt Cobain. Líder da cultuada banda de rock americana que se matou em abril de 1994 com um tiro na cabeça, aos 27 anos de idade, Kurt era um candidato natural a mito, não bastassem o sucesso, a sua bela figura milagrosamente não maculada pelo absurdo consumo de heroína, suas excelentes músicas e toda uma postura de astro ''anti-sistema-mas-dentro-dele''. Esse é o lado que exploram os dois livros sobre o astro, que estão sendo lançados no Brasil: Mais pesado que o céu, do americano Charles R. Cross, e Fragmentos de uma autobiografia, do brasileiro Marcelo Orozco. Trata-se de obras ao mesmo tempo satisfatórias e decepcionantes.
Orozco conta a história de Cobain por intermédio da análise exaustiva de cada uma de suas músicas, com uma avalanche de informações. Cross é de fato o biógrafo de Kurt, com um trabalho jornalístico amparado em mais de 400 entrevistas e consultas aos diários inéditos do músico, aos quais teve acesso com a autorização da viúva, Courtney Love.
Nesse ponto, parêntesis são necessários: Courtney é, no mínimo, uma figura controversa, cheia de desafetos no mundo do rock por causa de um misto de temperamento instável e ambições extremadas. O casal vivia entre tapas e beijos, e Kurt ameaçava separar-se. Um dia, o suicídio. Pouco depois, saía o disco do Hole, Live through this, que fez muito sucesso. Courtney brilhou no filme O povo contra Larry Flynt e virou estrela de Hollywood. Hoje, ela está lutando para ter direito ao controle do espólio da banda, como viúva e mãe da única filha do músico, Frances Bean Cobain.
Essas são informações cruciais omitidas por Mais pesado que o Céu, livro que, não fosse, por isso, pela imagem adocicada que Courtney ganhou e por mais algumas poucas falhas, poderia até ser considerado a biografia definitiva de Kurt Cobain. Cross constrói um painel bem esquematizado da vida do astro, indicando que o divórcio dos pais na infância foi decisivo para que o rapaz desenvolvesse um sentimento de desamparo, expresso ao longo de sua adolescência conturbada e em suas letras genuinamente angustiadas. Emerge das páginas do livro um Kurt Cobain envergonhado pela origem caipira. Ele nasceu em uma localidade madeireira do Estado de Washington e vivia ansioso pela aceitação no meio do punk-rock.
São impressionantes em Mais pesado que o céu a descrição do primeiro show da banda, as passagens sobre a namorada que o rejeitou e inspirou boa parte das letras de Nevermind e as do seu envolvimento com a heroína. Arrepia os pelinhos do braço o capítulo sobre os últimos minutos de Kurt, antes de tomar a derradeira dose e estourar os miolos. Mas aí entra a questão: como o autor poderia ser tão íntimo de um episódio que ninguém acompanhou? Parece ser algo tão ficcional quanto as próprias teorias de que Cobain teria sido, na verdade, assassinado a mando de Courtney. É bom ter cuidado com essa obra.
Assim Falou Lupo
Música do momento: You and Whose Army, do Radiohead.
"Come on, come on
You think you drive me crazy
Come on, come on
You and whose army?
You and your cronies
Come on, come on
Holy Roman empire
Come on if you think
Come on if you think
You can take us on
You can take us on
You and whose army?
You and your cronies
You forget so easy
We ride tonight
Ghost Horses "
Assim Falou Lupo
sábado, junho 08, 2002
Uma entrevista muito boa com Grant Morrison, falando sobre The Filth, New X-men, e outros.
Só um trecinho: "the Filth is the New Age having nightmares of sex, blood and dirt.The Filth is determinedly uncool, unfashionable and anti-stylish as a reaction to a lot of the more superficial glamour aspects of The Invisibles. The Filth is all ugly people and broken things, but shot in the most incredible colors and light."
Mal posso esperar pra ler isso...
Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte
Assim Falou Lupo
sexta-feira, junho 07, 2002
Hoje baixei "Papa don't Preach" , da Kelly Osborne. Confesso que não dava nada pela música, mas quando ouvi, até que achei legal. Será que a menina tem futuro seguindo o caminho do pai?
Outro mp3 de hoje foi "Return of Forever" do DJ High Contrast, que é considerado a nova promessa da música eletrônica. Com essa me decepcionei um pouco, espera mais, principalmente depois de ler a matéria sobre ele no Rio Fanzine. Mas foi só uma música, talvez ele tenha outras melhores... só não sei se tenho saco pra dar outra chance pro cara.
Agora, um cara que todo mundo devia conhecer é o Rogério Skylab. O figura já foi até no Programa do Jô, e tem umas músicas muito legais, são divertidas e boas de ouvir. O maior destaque pra mim é "Metrô", mas ele tem muitas outras legais, como "Matador de Passarinhos", "Privada Entupida", "Jesus", "Motossera", "Cu e Boca", "Convento das Carmelitas", "Carrocinha de Cachorro-quente", todas disponíveis no Audiogalaxy. Humor negro, escatologia, morbidez, e um som de primeira. Imperdível!
Assim Falou Lupo
sexta-feira, maio 31, 2002
E não é que não passou o clip do Foo Fighters ontem... perdi uma hora da minha pra nada!
Assim Falou Lupo
quinta-feira, maio 30, 2002
Hoje na MTV, as 21:00 horas, estréia o novo clip do Foo Fighters. A música é "The One", faz parte da trilha sonoro de um filme que ainda não estreou por aqui, o nome original é "Orange County".
Assim Falou Lupo
Um belo texto de Kurt Busiek sobre Astro CIty e super-heróis em geral, retirado do site da Pandora.
VIDA NA CIDADE GRANDE
Eu adoro super-heróis.
Pra quem me conhece, isso não é surpresa. Venho escrevendo quadrinhos de super-heróis profissionalmente há bem mais de uma década e lendo-os há muito mais. Embora o gênero de super-heróis não seja tudo que eu escrevo (ou leio), não existe razão pra negar que me divirto com sujeitos que usam capas e máscaras, e não tenho nenhuma intenção de deixá-los pra trás tão cedo.
Infelizmente, pelo menos da minha perspectiva, os super-heróis não são muito respeitados por aqueles que me rodeiam: amigos, família, outros criadores e um grande número de leitores de quadrinhos. Dizem que há super-heróis demais, que eles sufocam as prateleiras e estantes das lojas de quadrinhos, que eles são o motivo pelo qual os quadrinhos são tão desprezados pela maioria dos norte-americanos (Nota dos Editores: E dos brasileiros também!) e outras coisas. E embora eu possa concordar com algumas das coisas ditas acima - eu, certamente, também gostaria de ver mais variedade nas prateleiras, por exemplo, mas quando vejo super-heróis que vão de Batman e Super-Homem ao Homem-Aranha, X-Men, Tartarugas Ninja, Powers Rangers, o Corvo, o Tick e outros, em filmes, na TV, desenhos animados, livros ou pulando das prateleiras das lojas de brinquedos, eu me pergunto se é mesmo para os super-heróis que os não-leitores viram a cara - é sobre uma reclamação específica contra os super-heróis que eu gostaria de comentar aqui.
A reclamação, que nunca deixa de me fascinar, é a de que super-heróis são limitados. Me dizem que são inerentemente juvenis, simplistas, apenas uma fantasia de adolescentes do sexo masculino. Uma fantasia cripto-fascista dos valores do status quo, elevado a qualquer coisa estranha ou alienígena.
E sim, claro, eu posso ver isso. O Super-Homem é a personificação da adolescência. Clark Kent, a criança frágil que ninguém leva a sério, se transformando no poderoso, respeitado (e sexualmente atraente, mas tímido na presença das mulheres) Super-Homem, tão naturalmente quanto um adolescente muda de voz e, depois, voltando novamente a ser o tímido e pouco importante Clark. O Homem-Aranha é a adolescência de um ângulo diferente: o adolescente tropeçando até a vida adulta, cometendo erros com conseqüências desastrosas e fazendo o melhor possível para remediá-las enquanto aprende a ser responsável numa sociedade adulta. O Capitão América era o ideal e a auto-imagem norte-americana por volta de 1941, juntas numa mesma pessoa. O garoto mais forte do playground local, querendo fazer os outros meninos brincarem de forma educada, mesmo se pra isso tiver que ser um pouco duro com eles.
Contudo - e você sabia que iria haver um "contudo", certo? - o que me fascina sobre essa objeção aos super-heróis é a forma como ela aponta, de maneira crítica, aquilo que pra mim é a força maior do gênero dos super-heróis - a facilidade com que os super-heróis podem ser usados como metáforas, como símbolos, seja para as transformações psicológicas da adolescência, a auto-imagem de uma nação ou qualquer outra coisa. Será que um gênero que pode fazer algo assim, é realmente limitado?
Eu acho que não.
Se um super-herói pode ser uma metáfora tão poderosa e eficiente para a adolescência masculina, então o que mais você pode fazer com eles? Será que é possível contar uma história de super-heróis como uma metáfora sobre a adolescência feminina? Sobre a crise da meia-idade? Sobre as mudanças que acontecem com os adultos quando se tornam pais? Claro! Por que não? E se um super-herói é capaz de exemplificar a auto-imagem da América do Norte no início da Segunda Guerra Mundial, pode um super-herói exemplificar a auto-imagem da América do Norte nos pouco confiantes anos 70? Que tal a identidade nacional emergente de uma nação africana que acaba de se tornar independente? Ou uma cultura não-nacional, como a das drogas, ou a do "a ganância é boa" dos empresários nos malucos anos 80? É claro. Se pode fazer um, pode fazer todos.
Eu poderia continuar, mas vou poupá-lo. O negócio é que qualquer tentativa de descrever como os super-heróis são limitados, rapidamente se transforma na pergunta "Mas o que eles podem fazer?" As possibilidades do gênero são ilimitadas e o terreno rico e atraente.
Este era o tipo de coisa que passava pela minha mente quando comecei a trabalhar em ASTRO CITY. Historicamente, o gênero dos super-heróis tem se limitado a aventuras de suspense e histórias de ação que podem ser vendidas facilmente para adolescentes e garotos mais novos. Mas esta é uma limitação auto-imposta pelo mercado e não algum tipo de limitação criativa do gênero, celebrando o poder que tem de dar vida às idéias e ver o que elas podem fazer. Há muito sou fascinado pela questão de o que mais acontece no mundo que os super-heróis habitam, como é a vida do sujeito que aponta pra cima e diz: "Olhem! Lá no céu!"; os pôsteres de quais celebridades estão nas paredes das garotas de 13 anos no mundo do Tocha Humana; como é para um advogado explicar ao tribunal que seu cliente não é culpado de assassinato porque o assassino era na verdade o gêmeo maligno dele (e indicar todos os precedentes de tal evento). Esta parecia uma chance perfeita de fazer ambos - explorar as aventuras comuns de um mundo de super-heróis e ver quais histórias estão aguardando nas sombras para serem contadas, que cordas podem ser tocadas, o que podemos descobrir se deixarmos de prestar atenção ao cântico de sereia de "O que acontecerá agora?" e começar a imaginar "O que mais há aqui"? Eu gosto muito de histórias do tipo "O que acontecerá agora" e tenho muitos lugares para contá-las - mas não muitos onde possa escolher um espectador inocente de uma batalha, seguir ele ou ela até em casa e ver o que vale a pena examinar nesta vida em particular. O que espelha a nossa própria experiência? Quais cantos escuros e cheios de teias de aranha podemos iluminar?
Uma coisa que eu não quero fazer é pegar uma história de super-heróis e torná-la realista - o que é estranho, já que esta se tornou a descrição abreviada do que é ASTRO CITY (e MARVELS, antes disso) que eu cansei de ouvir: é como os super-heróis seriam no mundo real.
Bem, não. Não é.
Existem trolls vivendo nos subterrâneos de Astro City. Temos viajantes do tempo remodelando o futuro, além de uma tecnologia fantástica, criaturas místicas, contatos alienígenas e seres destrutivos, poderosos e violentos aos montes - e, na história de Astro City, eles têm estado por aí há décadas, sem transformar o mundo em algo irreconhecível pela nossa própria perspectiva. O telefone e o avião podem ter transformado nosso mundo, mas o super-herói e o feiticeiro não tiveram um efeito tão grande no mundo de Astro City. E eu gosto disso assim. Fazer um mundo realista de super-heróis - torná-lo uma realidade alternativa na qual tudo faz sentido e funciona de forma lógica - que me dá a impressão de ser menos uma história de super-heróis por si, e mais aquele ramo da ficção científica que acha suas histórias ao inventar alguma mudança no mundo e, depois, extrapolando a partir daí, explorando as ramificações de uma mudança na tecnologia, ou história, ou política em todos os outros aspectos do mundo. A pergunta "O quão diferente o mundo seria" neste tipo de história, embora seja uma forma de ficção perfeitamente válida, não me interessa.
Pra mim, um dos elementos mais atraentes da história de super-heróis é o fato de o mundo em que elas acontecem ser o nosso mundo - que essas coisas cósmicas, fantásticas e furiosas acontecem no que poderiam ser os céus sobre nossas cabeças - e, claro, deveriam transformar o mundo em algo irreconhecível. Mas não o fazem. Não mais do que o predomínio de magos da corte ou de múltiplas raças humanóides inteligentes compartilhando o mesmo ambiente altera a política ou o comércio de um mundo de faz-de-conta. Eu gosto da glória irreal e absurda do gênero de super-heróis e quero vê-lo como um lugar de deuses, alienígenas, superciência, gorilas falantes e pessoas comuns como eu e você, todos lidando com uma metáfora descontrolada, adaptando-se não ao efeito lógico, mas ao emocional. Não como seria se super-heróis existissem em nosso mundo, mas como nós nos sentiríamos se pudéssemos transitar pelo mundo deles. Não é um mundo realista. É um mundo fascinante.
Outro motivo pelo qual fico feliz em deixar o mundo de Astro City ser totalmente irreal é eu achar que já era hora. Desde a última década, começando na época dos brilhantes WATCHMEN e BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS, o método predominante para os criadores de super-heróis "sérios" tem sido a desconstrução. O super-herói foi dissecado, analisado e desglamurizado, suas irracionalidades trazidas à luz para mostrar as máquinas defeituosas que são; que é quase impossível apresentar um super-herói que faz o que ele faz sem ser emocionalmente instável, incapaz de lidar com a realidade sem esconder suas psicoses e obsessões. Mas me parece que a única razão real para desmontar um relógio de bolso ou o motor de um carro, além do prazer de desmontar, é descobrir como eles funcionam. Entendê-lo de forma que possa remontá-lo de novo melhor do que antes, ou construir um novo que seja capaz de ir além do que o modelo velho podia fazer.
Estamos desmontando os super-heróis há mais de dez anos. É hora de remontá-los e colocá-los pra funcionar, botá-los na estrada e meter o pé no acelerador pra ver o que podem fazer. É este prospecto que me deixa entusiasmado e ansioso para contar minhas histórias a qualquer um que quiser escutar. Onde podemos ir daqui? O que podemos achar lá fora? Venha, vamos por aqui. Só podemos ver formas no escuro, mas elas parecem interessantes, não é?
Tive muita sorte em toda essa história. Sorte em fazer Marvels na época certa, o que me fez conquistar uma audiência e reputação que me permitiu lançar ASTRO CITY. Sorte em ter trabalhado com Alex Ross, cuja devoção aos arquétipos e ao poder emocional deu origem a Marvels, e cuja habilidade consumada trouxe multidões de leitores para o projeto - e que trás a mesma devoção e habilidade para compor exatamente a mesma imagem com as capas de ASTRO CITY. Sorte em trabalhar com Brent Anderson, que consegue desenhar qualquer coisa que eu pedir, e que tenta fazer o que for preciso para trazer vida à história na página. E sorte que nem Brent e nem Alex ficam contentes em apenas "fazer seu trabalho". Eles contribuíram com idéias, deram forma a personagens e cenários, não deixaram que eu fizesse algumas besteiras, lutaram por sua visão e o bem das histórias e estiveram completamente engajados em fazer de ASTRO CITY uma realidade. Sem eles, a revista poderia ter saído, mas talvez não fosse tão boa. O mesmo pode ser dito sobre Richard Starkings e John Gaushell, da Comicraft, cujas habilidades em design e especialidade técnica fizeram de ASTRO CITY um embrulho bonito e sem arestas; sobre Steve Buccelato e a Electric Crayon, que deu vida e clima às histórias; e sobre a Image Comics, que nos deu uma chance de contar nossas histórias da melhor maneira possível, nos ajudando a alcançar nosso público sem tentar exercer nenhum controle criativo.
Não há gorilas falantes nas próximas histórias (ainda vamos chegar a eles, acredite!). Mas, olhando agora para elas, acho que fizemos o que planejamos - contamos as histórias que queríamos contar com tanta honestidade e habilidade quanto fomos capazes de reunir, e as deixamos livres para voar ou cair. Na maior parte, elas parecem ter voado.
Bem-vindo a Astro City. Se você está conhecendo o lugar pela primeira vez, espero que goste de passear por suas ruas e apreciar a paisagem tanto quanto nós.
Kurt Busiek
Maio de 1996
Assim Falou Lupo
quarta-feira, maio 29, 2002
Alguns comentários sobre o filme do Homem-aranha.
Primeiro, o Toben Maguire é Peter Parker encarnado. Sem brincadeira, sempre foi daquele jeito que imaginei o personagem. Idem para o ator que fez o J.J. Jameson(achei que ele poderia ter apareceido mais). Kirsten Dunst é gatinha, mas sua atuação não tem nada de excepcional. A melhor cena dela é a da chuva! :)
Quanto ao filme em si, achei muito bom. Me empolguei feito criança(mas não fiquei apludindo). Só achei que o Homem-aranha fez pouco piadinhas... Mas nada que tire o valor do filme.
Quanto a paticipação do Stan Lee, eu percebi claramente que era ele. Assim como no filme dos X-men. Será que ele vai aparecer em todos os filmes dos heróis Marvel?
Mas tem várias pessoas apontando defeitos no filme, que eu não percebi... Acho que vou ter que ir ao cinema de novo! :-)
Assim Falou Lupo
sábado, maio 25, 2002
Um pouco de poesia. O Corvo, de Edgar Alan Poe, na versão original, e traduzida por Machado de Assis e Fernando Pessoa.
THE RAVEN - EDGAR ALLAN POE
1845
Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.
"'Tis some visitor", I muttered, "tapping at my chamber door -
- Only this and nothing more."
Ah, distinctly I remember it was in the bleak December,
And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; vainly I had sought to borrow
From my book surcease of sorrow - sorrow for the lost Lenore, -
For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore
Nameless here for evermore.
And the silken, sad, uncertain rustling of each purple curtain
Thrilled me - filled me with fantastic terrors never felt before;
So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating:
"'Tis some visitor entreating entrance at my chamber door -
Some late visitor entreating entrance at my chamber door -;
This it is and nothing more."
Presently my soul grew stronger: hesitating then no longer,
"Sir", said I, "or Madam, truly your forgiveness I implore;
Bnut the fact is I was napping, and so gently you came rapping,
And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,
That I scarce was sure I heard You"- here I opened wide the door -
Darkness there and nothing more.
Deep into that darkness peering, long I stood there, wondering, fearing,
Doubting, dreaming dreams no mortals ever dared to dream before;
But the silence was unbroken, and the stillness gave no token
And the only word there spoken was the whispered word, "Lenore!"
This I whispered, and an echo murmured back the word, "Lenore!"
Merely this and nothing more.
Back into the chamber turning, all my soul within me burning,
Soon again I heard a tapping, something louder than before.
"Surely", said I, "surely that is something at my window lattice;
Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore,
Let my heart be still a moment and this mystery explore
'Tis the wind and nothing more."
Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately Raven of the saintly days of yore.
Not the least obeisance made he, not a minute stopped or stayed he,
But, with mien of lord or lady perched above my chamber door
Perched upon a bust of Pallas just above my chamber door
Perched and sat, and nothing more.
Then, this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore,
"Though thy crest be shorn and shaven, thou", I said, "art sure no craven,
Ghastly, grim, and ancient Raven, wandering from the nightly shore:
Tell me what thy lordly name is on the Night's Plutonian shore!"
Quoth the Raven, "Nevermore".
Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,
Though its answer little meaning, little relevancy bore;
For we cannot help agreeing that no living human being
Ever yet was blessed with seeing bird above his chamber door -
Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door -
With such name as "Nevermore".
But the Raven, sitting lonely on that placid bust, spoke only
That one word, as if his soul in that one word he did outpour.
Nothing farther then he uttered, not a feather then he fluttered;
Till I scarcely more than muttered, "Other friends have flown before:
On the morrow he will leave me, as my Hopes have flown before. "
Then the bird said, "Nevermore".
Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken,
"Doubtless", said I, "what it utters is its only stock and store,
Caught from some unhappy master whom unmerciful Disaster
Followed fast and followed faster till his songs one burden bore,
Till the dirges of his Hope that melancholy burden bore
Of 'Never - nevermore'."
But the Raven still beguiling all my sad soul into smiling,
Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird and bust and door;
Then, upon the velvet sinking, I betook myself to linking
Fancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore,
What this grim, ungainly, ghastly, gaunt, and ominous bird of yore
Meant in croaking "Nevermore".
This I sat engaged in guessing, but no syllabe expressing
To the fowl, whose fiery eyes now burned into my "bosom's" core;
This and more I sat divining, with my head at ease reclining
On the cushion's velvet lining that the lamplight gloated o'er,
But whose velvet violet lining with the lamplight gloating o'er,
She shall press, ah, nevermore!
Then, methought, the air grew denser, perfumed from an unseen censer
Swung by seraphim whose foot-falls tinkled on the tufted floor.
"Wretch", I cried, "thy God hath lent thee - by these angels he hath sent thee
Respite - respite and nepenthe from thy memories of Lenore!
Quaff, oh quaff this kind nepenthe, and forget this lost Lenore!"
Quoth the Raven, "Nevermore".
"Prophet!", said I, "thing of evil! - prophet still, if bird of devil! -
Whether Tempter sent, or whether tempest tossed thee here ashore,
Desolate yet all undaunted, on this desert land enchanted -
On this home by Horror haunted - tell me truly, I implore:
Is there - is there balm in Gilead? - tell me - tell me, I implore!"
Quoth the Raven, "Nevermore".
"Prophet!", said I, "thing of evil! - prophet still, if bird of devil!
By that Heaven that bends above us, by that God we both adore,
Tell this soul with sorrow laden if, within the distant Aidenn,
lt shall clasp a sainted maiden whom the angels name Lenore,
Clasp a rare and radiant maiden whom the angels name Lenore."
Quoth the Raven, "Nevermore".
"Be that word our sign of parting, bird or fiend!" I shrieked, upstarting:
"Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul hath spoken!
Leave my loneliness unbroken! quit the bust above my door!
Take thy beak from out my head, and take thy form from off my door!"
Quoth the Raven, "Nevermore".
And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamplight o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the foor
Shall be lifted - nevermore!
Machado de Assis
1883
Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o colchão refletia
A sua última agonia.
Eu ansioso pelo Sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará mais.
E o rumor triste, vago, brando
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido,
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui, no peito,
Levantei-me de pronto, e "Com efeito,
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."
Minh'alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo, e desta sorte
Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora,
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso
Já cochilava, e tão de manso e manso,
Batestes, não fui logo, prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse; a porta escancaro, acho a noite somente,
somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra
Que me amedronta, que me assombra.
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta;
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu, como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.
Entro co'a alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela:
"Seguramente, há na janela
Alguma coisa que sussurra. Abramos,
Eia, fora o temor, eia, vejamos
A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais,
Devolvamos a paz ao coração medroso,
Obra do vento, e nada mais."
Abro a janela, e de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
de um lord ou de uma lady. E pronto e reto,
Movendo no ar as suas negras alas,
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta em um busto de Palas:
Trepado fica, e nada mais.
Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gosto severo, - o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais;
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais."
Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que eu lhe fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Coisa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta a dizer em resposta
Que este é seu nome: "Nunca mais."
No entanto, o corvo solitário
Não teve outro vocabulário.
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse,
Nenhuma outra proferiu, nenhuma.
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
"Tantos amigos tão leais!
"Perderei também este em regressando a aurora."
E o corvo disse: "Nunca mais."
Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: "Nunca mais."
Segunda vez nesse momento
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;
E, mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera,
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais."
Assim posto, devaneando,
Meditando, conjeturando,
Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava.
Conjeturando fui, tranqüilo, a gosto,
Com a cabeça no macio encosto
Onde os raios da lâmpada caíam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam
E agora não se esparzem mais.
Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso,
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível:
E eu exclamei então: "Um Deus sensível
Manda repouso à dor que te devora
Destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."
E o corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?"
E o corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
Por esse céu que além se estende,
Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
No Éden celeste a virgem que ela chora
Nestes retiros sepulcrais,
"Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!"
E o corvo disse: "Nunca mais."
"Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa! (clamei, levantando-me) cessa!
Regressando ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo...
Vai-te, não fique no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua.
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais."
E o corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!
FERNANDO PESSOA
1924
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.
Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!
Assim Falou Lupo
Hoje eu revi O Grande Lebowsky, continuei achando bom, entendi o final dessa vez (hehehe).
E percebi uma coisa que tinha passado batido da outra vez; Os Chemical Brothers atuam no filme. São dois daqueles sequestradores niilistas... Achei legal, mas acho que eles não participaram da trilha sonora, que conta com Bob Dylan entre outros, com destaque para uma versão maravilhosa de " Hotel California" gravada pelos Gypsy Kings.
Assim Falou Lupo
quinta-feira, maio 23, 2002
Outras dicas de filmes no Telecine:
No Sábado, as 18:00 horas, tem O Grande Lebowsky, dos irmãos Coen, no Telecine Happy. E no mesmo dia, no Telecine Premium, 21:30, tem Shaft, com Samuel L. Jackson.
E no Domingo, também as 18:00 horas, vai passar As Virgens Suicidas no Telecine Premium, com a gatíssima Kirsten Dunst , a Mary Jane do filme Homem-aranha.
Assim Falou Lupo
A Arte do Terror
Essa semana, no Telecine Classic, está rolando um festival com filmes de Roger Corman, conhecido como o rei dos filmes B.
Os fãs dos quadrinhos já devem ter ouvido falar dele como produtor do filme tranqueira ‘’Quarteto Fantástico’’(que ainda não tive o desprazer de assistir).
Mas esqueçam isso. Esses filmes aqui valem a pena. São 7 filmes de terror, 6 baseados na obra de Edgar Alan Poe, e mais um baseado em H.P. Lovecraft. Todos estrelados por Vincent Price.
Os filmes estão indo ao todos os dias nesta semana, as 22:00 horas.
Os filmes são estes (textos retirados do site do telecine):
O Solar Maldito
Ao pedir a mão de sua amada em casamento, rapaz é envolvido no terror que cerca a família da moça. Primeiro filme (1960) dirigido por Roger Corman baseado em um conto de Edgar Allan Poe.
A Mansão do Terror
Ao saber da misteriosa morte de sua irmã, homem se defronta com estranhas revelações durante a visita ao castelo de seu cunhado.
Muralhas do Pavor
Três histórias diferentes de horror (1962) com participação de Vincent Price em todos os episódios.
O Corvo
Versão satírica de terror (1963) de um famoso poema de Edgar Allan Poe reunindo pela primeira vez Vincent Price, Boris Karloff e Peter Lorre, que ficariam conhecidos como o "triunvirato do terror". Fãs de Jack Nicholson poderão ver o ator em início de carreira. Ao procurar provas de que sua esposa está viva, mago enfrenta seu arqui-inimigo em um duelo de morte.
O Castelo Assombrado
Produção (1963) baseada em história de H.P. Lovecraft. Homem vai visitar casa herdada de seu avô, um cruel feiticeiro que praticava atos macabros tendo como alvo os habitantes da região.
A Orgia da Morte
Considerado o melhor filme (1964) de Roger Corman baseado em contos de Edgar Allan Poe ao traduzir em tela o clima de um conto do famoso escritor. Príncipe organiza um baile de máscaras em seu castelo, mas entre os convidados há um assassino.
Túmulo Sinistro
Homem acredita que sua nova mulher está possuída pelo espírito maligno de sua esposa morta. Produção de 1964.
Os horários das reprises estão no site também.
Assim Falou Lupo
Já está no ar "Imagine Flash por Rafael "Lupo" Monteiro".
Uma histórias de mortes, despedidas, e legados, com Barry Allen, Wally Wast, e Crise nas Infinitas Terras.
Assim Falou Lupo
sexta-feira, maio 17, 2002
Atendendo a pedidos...
Domingo, dia 12/05/2002, assistimos ao deprimente espetáculo apresentado
pela escuderia italiana Ferrari, ao impor que o brasileiro Rubens Barichello
permitisse a ultrapassagem de seu companheiro de equipe Michael Schumacher
nos últimos segundos do GP da Áustria, cedendo a este o primeiro lugar.
Deprimente a Ferrari, por ser a grande responsável.
Deprimente M. Schumacher, por passar o brasileiro.
Deprimente Rubens Barrichello, por aceitar tal imposição.
Deprimente a FIA, por permitir tamanha palhaçada.
Enfim, um espetáculo dantesco...
Não podemos ficar calados diante dessa pouca vergonha!
Por isso, façamos nossa parte para que isso não aconteça novamente!!!!!!
Lanço aqui a campanha:
NÃO VOU COMPRAR UMA FERRARI!
Faça sua parte você também, não comprando uma Ferrari e repassando essa
mensagem para todos os seus amigos para que façam o mesmo!!!
Assim Falou Lupo
Vou ferir alguns direitos autorais, mas não podia deixar essa passar em branco. Afinal, o "ômi" tá falando do Aranha.
A matéria saiu na Folha de hoje.
Personagem tem males de mortais comuns
STAN LEE
ESPECIAL PARA O "NEW YORK TIMES"
O Homem-Aranha parece estar por toda parte hoje em dia, e é assim que eu
gosto que esteja. A versão para o cinema da história em quadrinhos que criei
40 anos atrás, juntamente com o artista Steve Ditko, estréia hoje, e quase
todo mundo com quem eu esbarro me pergunta a mesma coisa: por que "Spidey"
continua tão popular assim, mesmo depois de todos estes anos?
Como meus próprios superpoderes não me permitem penetrar nas mentes de seus
fãs, posso apenas dar um palpite bem fundamentado.
Muitos leitores de longa data me disseram que, de todos os personagens de
quadrinhos já vistos, o Homem-Aranha é o mais realista. É claro que falar em
"fantasia realista" é contraditório, mas acho que entendo o que eles querem
dizer. O alter ego de nosso personagem principal, Peter Parker, talvez seja
o único super-herói a ter problemas financeiros, frustrações românticas e
muitos dos males que costumam acometer os comuns mortais. Já ocorreu de ele
sofrer um ataque alérgico enquanto combatia os vilões da história. Em lugar
de viver numa Metrópolis ou Gotham City mítica, ele habita a boa e velha
Nova York, e, quando se cansa de se dependurar de sua rede, pode ser visto
correndo atrás de um táxi em qualquer lugar entre Greenwich Village e o
Upper East Side.
Outra característica que diferencia o Homem-Aranha de seus semelhantes é sua
introspeção. O pobre Spidey mal consegue dar um passo sem questionar suas
próprias motivações e se indagar se está fazendo a coisa certa. Na verdade,
"Homem-Aranha" foi a primeira história em quadrinhos a usar extensivamente
os "balões com pensamentos", com os quais o leitor fica sabendo não apenas o
que um personagem está dizendo, mas também o que está pensando. Isso lhes
permite realmente conhecer bem o personagem, e, quanto mais você sabe sobre
uma pessoa, mais se interessa por ela.
Muitas vezes já passou por minha cabeça que o poder de atração que o
Homem-Aranha exerce em todo o mundo talvez se deva em parte, também, a seu
figurino. Os fãs mais atentos já devem ter observado que a roupa do
Homem-Aranha recobre cada centímetro de seu corpo.
Quando Steve Ditko primeiramente visualizou a roupa de nosso herói, ele
criou um dos modelos mais únicos na história dos quadrinhos. Mais do que
isso, porém, a roupa de Spidey é totalmente "a favor" do usuário. Qualquer
leitor, de qualquer raça, em qualquer parte do mundo, pode se imaginar
usando esse uniforme e fantasiar que é o Homem-Aranha. Não estou certo de
que tenhamos planejado que fosse assim, mas essa é uma daquelas felizes
coincidências que fez de nosso aventureiro de inspiração aracnídea
possivelmente o mais empático herói a já ter agitado uma teia.
Outra qualidade que Spidey possui em abundância é o senso de humor. Não é de
hoje que ele é conhecido por seus comentários espirituosos e seus chistes
ágeis, feitos no calor da batalha. O misto aparentemente estranho de
autocrítica contínua e diálogo irreverente ajuda a manter a atenção de seus
fãs grudada na aventura que ele está vivendo no momento.
E, para concluir, não devemos nos esquecer dos dilemas morais que tão
frequentemente surgem na vida de Spidey. Não são poucas as vezes em que ele
não tem certeza total de estar fazendo a coisa certa. Em lugar de enxergar
tudo em preto-e-branco, nós, da Marvel Comics, conscientemente acrescentamos
tonalidades de cinza ao elenco de personagens. Às vezes os vilões não são
inteiramente maus e vice-versa. Espalhamos questões morais de modo a
oferecer aos leitores a oportunidade de buscar suas respostas próprias.
É assim que eu explicaria a popularidade de Spidey. Por outro lado, é
possível que tenhamos simplesmente tido sorte, ao criarmos um herói de
personalidade simpática, um sujeito com quem você curte passar algum tempo.
Tá vendo como pode ser fácil?
Stan Lee é co-criador de "Homem-Aranha"
Tradução Clara Allain
Assim Falou Lupo
Mais uma do Rio fanzine
NAPSTER FALIDO: Depois de ter entrado água no acordo feito com o poderoso grupo alemão Bertelsmann (BMG), Shawn Fanning anunciou esta semana que o Napster está falido. Não há mais como manter o serviço e pagar os direitos autorais das músicas.
Acho ninguém mais usava mesmo... Afinal, quem vai pagar por algo que pode ter de graça com outros programas?
Uma pena, eu gostava do Napster, mas o olho grande das gravadoras fuderam com o programa. Pois, apesar de não ser dito quando saem notícias deste assunto, as gravadoras não são contra programs que compartilhem arquivos musicais. O que elas querem é ganhar mais alguns milhões de dólares com isso. É por isso que NUNCA vou pagar pra baixar músicas na internet. Não quero deixar as gravadoras ainda mais ricas.
Assim Falou Lupo
Esta notícia saiu no Rio Fanzine(O Globo) de hoje.
AS SOBRAS DA VIÚVA: Courtney Love anunciou que tem fitas cassete com mais de 100 músicas inéditas do Nirvana, deixadas por seu falecido marido Kurt Cobain . Mas ela não pode lançar nada enquanto não resolver suas pendengas judiciais (a batalha começa em setembro) com os outros integrantes da banda, Dave Grohl e Krist Novoselic.
Quando o Nirvana veio ao Brasil, eles chegaram a gravar alguma coisa em um estúdio aqui no Rio, e, que eu saiba, nunca mais se falou nelas. Contudo, esse número de 100 músicas pra mim é surpreendente.
Mas tão cedo não ouviremos essas músicas, pois essa briga aí é feia. O David Grohl já fez uma música nada elogiosa pra Courtney Love, chamada "Stacked Actors", que abre o cd "There is Nothing Left to Lose". E enquanto eles ficam se insultando e com processos correndo na justiça americana, nada de música novas do Nirvana.
Ou quase isso, já que o Grohl colocou uma dessas músicas em cd de um projeto paralelo seu, e a música rapidamente caiu na internet. A Courtney conseguiu retirar a música de alguns sites, mas muitos já a baixaram. O nome da canção é "You Know You're Right", e eu consegui baixá-la no KazaA.
Assim Falou Lupo
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